FILME MOTOR BIOLÓGICO a partir de Ovídio

Sinopse

Um jovem lê o livro “Arte de Amar” do poeta Ovídio e tenta colocar em prática as suas lições. Este livro tem como tema a arte da sedução. Fala sobre como conquistar os corações das mulheres e como manter a amada. É uma história anímica rodeada de paixões, de desejos, sonhos e fantasias. Outras histórias se cruzam com a deste adolescente. Sente-se o respirar do quotidiano da vida imatura, onde tudo é intenso e diferente depois do “primeiro sinal”, mas também o peso do medo, da repressão entre estes jovens que se vão descobrindo e simultaneamente denunciando os preconceitos, o conservadorismo e a inutilidade de uma educação, tão pouco atenta às suas dúvidas e anseios. Assim,  à medida que se vai desenrolando a história, o espectador é confrontado com problemas flagrantes como a gravidez na adolescência, homossexualidade, drogas e o suicídio.

Discrição
 É um período difícil mas de grandes e importantes vivências devido às alterações abruptas a vários níveis, e desafios e problemas cuja resolução vai marcar a vida futura. O motor biológico da adolescência é a puberdade, que é um conjunto de processos biológicos relacionados entre si que vão transformar a criança num indivíduo sexual e fisicamente maduro.

Autor:
Da famosa obra de Ovídio “A Arte de Amar”, escrita há 2.000 anos, traduzida por Natália Correia foi considerada imoral por Otávio Augusto. Mesmo as produções frívolas e licenciosas da juventude trazem a marca do génio. Foi chamado de o voltaire do século de augusto: “não busquemos grandeza de ânimo, elevação de sentimentos ou profundidade de pensamentos, tampouco haveremos de encontrar sinceridade na paixão”; o seu mérito consiste na ridente e luminosa visualidade do relato, na clara suavidade do estilo, no delicado bom gosto, na deliciosa fantasia e inigualável riqueza de invenção a par da espontaneidade. É um parnasiano na forma e um romântico na expressão. Ovídio é um impressionista é um simbolista preso aos encantos do som. Curiosamente a “Arte de Amar” ainda é banida se a ela se acrescentar um paliativo sexual. Ovídio influenciou com os seus versos, cheios de suavidade e harmonia, autores tão diversos como Dante, Milton e Shakespeare. Um autor com tanta actualidade para os nossos tempos modernos, que viveu numa época da história com tantas semelhanças com os nossos frágeis dias, em que a abundância material convive com a desorientação de valores, um autor tão entendido na explicação dos comportamentos menos cerebrais dos homens e das mulheres apaixonados, permanecesse na obscuridade. 

A “Arte de Amar” parte de um pressuposto e de uma convicção: o amor obedece a uma técnica; e essa técnica, como todas, pode ser ensinada. A poesia didáctica, que outros haviam cultivado, com objectivos morais, literários, ou, mesmo, para ensinar os trabalhos do campo, adoptou-a ele, com um fim específico: ensinar homens e mulheres a seduzir e a fazer perdurar o amor. O ideal de beleza, masculina ou feminina, os mecanismos de sedução, os melhores métodos de obtenção do prazer e, mesmo, a arte da traição e do engano, eis alguns dos temas que preenchem este manual do amor, com mais de vinte e um séculos.